O início do segundo semestre do Adote um Cientista aconteceu no dia 15 de agosto com um encontro com o professor Ricardo Vêncio, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP – USP). O pesquisador mostrou aos alunos como os mecanismos da informática, associados à Biologia e à Matemática, podem colaborar para o desenvolvimento científico.

Bio+Inf+Matemática = Bioinformática

Mesmo formado em Física, a paixão pela Biologia e pela Matemática falou mais alto na hora de ensinar, o que levou o professor Vêncio a atuar na área da Bioinformática. Com o mesmo prazer que um garoto brinca em seu videogame, o pesquisador mostrou o quanto a Biologia pode ser encantadora aos olhos da informática.
Apesar de intuitiva, a palavra informática por si só não dispensa apresentações, por isso, Vêncio iniciou sua fala com uma breve explicação sobre os significados da palavra. Tendo em mente que lidar com a informação através da matemática é função da informática, os alunos compreenderam que a bioinformática é uma ciência de protocolos, que sistematiza caminhos em algoritmos.
Num exemplo prático, o Teorema de Pitágoras foi bastante apropriado para provar que a matemática é um instrumento muito útil não apenas para calcular a distância entre dois pontos, mas também para encontrar semelhanças entre diferentes pacientes com câncer de pele. Ou seja, apesar dos genes serem os mesmos em todas as células humanas, eles se expressam de formas diferentes e em quantidades diferentes, o que justifica a diferença funcional e estrutural das células que compõem nosso corpo. No caso do câncer, o sistema de controle dessa expressão está quebrado.
É importante ter um método experimental que permite analisar um grande volume de dados simultaneamente, como a composição genômica de determinado organismo. Para isso existem os os microarranjos (microarrays), que fazem a leitura algorítmica de genes dispostos em uma lâmina, diferenciando os que comumente são expressos no tecido analisado daqueles que estão sendo expressos de forma desordenada. Os dados gerados por essa técnica podem ser analisados no software “R”, que lê comandos (por exemplo, if-else) e cria gráficos com os resultados.
Durante o encontro, os alunos compreenderam que estudar qualquer área da ciência exige um conhecimento interdisciplinar e o exemplo ulitizado pelo professor Vêncio pesquisador deixa isso bem claro: estudar uma doença complexa como o câncer de pele apenas com a observação humana não é impossível, mas torna a pesquisa inviável, pois demanda tempo e está sujeita a erros. Nesses termos, os recursos da bioinformática são de suma importância para ciências como a Biologia Molecular, que precisam da análise precisa de organismos microscópicos em grande escala.