As causas e o tratamento da hipertensão arterial já são velhos conhecidos, pois são assuntos que já foram exaustivamente abordados pela mídia. Mas você já parou para pensar em como ocorre a disfunção arterial sob a ótica microscópica? A pesquisadora Élen Rizzi Sanchez, pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), mostrou aos alunos do Adote um Cientista como uma proteína da matriz extracelular do coração está envolvida no desenvolvimento da doença. “Contribuição das proteínas da matriz nas alterações do coração associadas à hipertensão: possível estratégia terapêutica?” foi o tema da palestra que aconteceu no dia 5 de setembro de 2013.

Proteína matriz

Toda célula tem uma matriz extracelular que é responsável pela união das células e pela flexibilidade do tecido do qual fazem parte. No caso do coração, a matriz extracelular é uma metaloproteína, que é responsável, por exemplo, pela produção de colágeno, que une e fortalece os tecidos. Quando há uma grande produção de colágeno no coração, seus músculos se tornam mais rígidos (espessos), dificultando os movimentos que bombeiam o sangue para o resto do corpo.

Durante o encontro, a pesquisadora contou que em seu doutorado avaliou um tratamento para a hipertensão com metaloproteinases (MMPs) utilizando a doxiciclina, um antibiótico que inibe a produção e degrada as metaloproteínas. Com essa inibição, a matriz celular passa a produzir quantidades irrisórias de colágeno junto às estruturas das células do coração, equilibrando o pulso de transporte do sangue e minimizando os impactos da hipertensão no organismo.

Hipertensão

Segundo dados do Ministério da Saúde, 24,3% da população brasileira têm hipertensão arterial, uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea que aumenta o esforço do coração para fazer circular o sangue através dos vasos sanguíneos. A tão popular doença silenciosa ganhou esse título por não apresentar sintomas, mas isso não corresponde aos fatores de risco, como lesões que podem ocorrer nos tecidos irrigados pelo sangue.

Idade, gênero, etnia, peso, ingestão de sal e álcool, hábitos sedentários e predisposições genéticas integram as principais características dos brasileiros que têm hipertensão. Dentre estes, o fato mais preocupante, que pode indicar grande predisposição em desenvolver a doença, é o sobrepeso apresentado em 51% da população brasileira (estimativa do Ministério da Saúde.)


Espaço dos alunos

A partir da análise das filipetas do encontro, a equipe da Casa da Ciência produziu este infográfico destacando as principais dúvidas manifestadas pelos alunos e os principais conceitos aprendidos no encontro. A finalidade deste instrumento é a avaliação dos momentos de aprendizagem do aluno e valorização da sua dúvida.