Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra: a vida no tempo dos dinossauros

Já pensou em como seria conviver com as criaturas mais “aterrorizantes” que já viveram na face da terra? E se eu disser que você não só convive como também as come sempre? É isso o que o Prof. Max Langer vai explicar.

Quem já assistiu algum filme com nossos amiguinhos intimidadores, seja o Jurassic Park, Jurassic World ou outros conhece bem a forma característica dos dinossauros: são grandes, com o corpo similar ao de um lagarto, dentes grandes, patas anteriores curtas (exceto aqueles que não são bípedes) e cara de mau. Porém, esse estereótipo que vemos nas telonas não condiz muito bem com a realidade, na maioria das vezes.

Mas antes de chegarmos ao clímax dessa história maluca comecemos pelo começo!

É possível que os primeiros humanos a terem contato com os dinossauros foram os índios brasileiros. Um dos registros mais antigos, do que pode ser vestígios desses seres, vieram de índios da Paraíba que falavam de pegadas gigantes, algumas com apenas três dedos, foi então que associaram essas marcas à “emas gigantes”. Entretanto, sabe-se hoje que eram pegadas de dinossauros. No meio científico essas pegadas também são consideradas fósseis, porém um tipo característico chamado de “icnofóssil”, que são registros da atividade de seres vivos, como pegadas e marcas corpóreas em geral, rastros, dentre outros.

Outros registros, porém agora sobre os primeiros esqueletos desses animais a seres encontrados, vêm da China, mais precisamente na região da Mongólia Interior, onde é possível encontrar fósseis de dinossauros bem preservados nas rochas, muitas vezes à mostra. E uma curiosidade é que os povos que habitam essa região utilizam esqueletos petrificados (fósseis), que acreditam ser de dragões, na composição de alguns remédios.

Agora, sob a perspectiva da ciência o primeiro registro fóssil descrito foi a mandíbula de um Megalosaurus, pouco tempo depois o Iguanodon também foi descrito. O primeiro teria dentes pontiagudos, o que o caracterizaria como carnívoro, já o segundo possuía dentes achatados, o que facilitaria uma dieta herbívora. Assim, esses primeiros registros puderam indicar o início de uma linhagem com uma diversidade enorme. Muitas vezes diferente do que vemos nos desenhos.

E então foi preciso criar um nome para reunir todos esses animais que iam surgindo gradualmente em um mesmo grupo comum. Assim, quando Richard Owen propõe, em 1842, o nome Dinosauria que em uma tradução livre seria “lagarto assustador”, o que diz bastante sobre a visão de todos nós a respeito do grupo. Entretanto, a grande ironia é que de lagarto os dinossauros só tem mesmo a aparência.

Apesar de muito similares, fisicamente, aos lagartos, quando olhamos sob uma ótica evolutiva levamos um susto ao descobrir que os dinossauros possuem maior parentesco com as aves, dentre os animais existentes hoje. Lembra quando falamos das pegadas de “emas gigantes” com três dedos? Os animais que têm três dedos hoje são as aves. Parece loucura descobrir que toda vez que comemos galinha estamos comendo um dinossauro, não é mesmo? Mas, até onde a ciência conseguiu explicar, é a verdade. Não obstante, os “dinos”, extintos, não são apenas próximos às aves, como também as originaram.

Muitas vezes confundimos não só os dinossauros com lagartos, como também classificamos como dinossauros animais que não o são, como o Dimetrodon (que na realidade é um mamífero), os Mosasauridae e Ichthyosauria (que são répteis aquáticos), além dos seres voadores que se parecem com dinossauros, entretanto sabe-se que os dinossauros propriamente ditos, com exceção das aves, são seres terrestres. Estes animais voadores são chamados de Pterosauria e, apesar de distintos, são próximos aos reais dinossauros.

Mas agora que já sabemos o que são os tão famosos dinossauros, de onde eles vêm, afinal? Bom, sabe-se que as espécies mais antigas conhecidas atualmente provêm de duas localidades, são elas a região central do Rio Grande do Sul, aqui no Brasil, e a região do Vale da Lua, na Argentina. Entretanto, nestes locais não foram encontrados aqueles animais gigantes que representam o grupo, apenas algumas espécies menores.

Durante a palestra o Prof. Max apresenta diversas características morfológicas bem específicas de muitas espécies e de táxons mais gerais como a conformidade dos esqueletos, musculatura e até a presença de penas. Quem poderia imaginar. Tais características permitem enxergar o quão diversos podem ser esses animais e o quão grande podem ser suas linhagens.

Quer saber mais a fundo como eram suas características e do ambiente em que habitaram? Ou ainda como foram extintos? Então confira o vídeo abaixo e veja a palestra na íntegra. E não se esqueça de avisar a todo mundo que os dinossauros estão a solta!

Texto de Bárbara Benati

Revisão de Marisa Barbieri e Vinicius Anelli