Durante encontro com a equipe da Casa da Ciência, no final do ano passado (dezembro de 2015), o registro, que no programa Pequeno Cientista é feito principalmente com a Pasta de Orientação, foi um dos pontos criticados pelos pós-graduandos-orientadores.

Embora dissessem que a Pasta é “chata”, reconhecem a importância do registro para avaliar e divulgar resultados. Percebem uma correspondência com o respeitado Caderno de Anotações, que utilizam em suas pesquisas, mas consideram que é preciso alterar as pastas, eliminando informações, algumas repetidas, que demandam tempo para registrar e pouco uso.

A conversa com os pós-graduandos foi proveitosa, e ainda é material de reflexão e avaliação pela equipe da Casa, em especial durante o planejamento do novo ano de atividades – para o orientador, é um exercício de análise de dados para verificar se objetivos e hipóteses da proposta inicial foram alcançados ou testados pelos alunos.

Para os pesquisadores-orientadores, a solicitação da Casa causa certa estranheza, pois ela propõe que se evidenciem as mudanças de atitudes que os alunos demonstram ao desenvolver um projeto de iniciação científica.

A valorização de testes de aprendizagem vistos através das manifestações dos participantes no decorrer do processo, cria certo “stress” entre os orientadores; segundo eles, é preciso entender o método que possibilita associar o desenvolvimento de “projetinhos” ao desempenho dos alunos que os realizam.

Também consideram que não é uma passagem automática, a de “estar sendo orientado” para a de “orientar”, mesmo que um grupo de alunos do ensino básico. É algo que demanda decisões, organização de ideias e materiais, respeito ao tempo de duração e explicitação da proposta, a qual certamente será alterada em função dos interesses e necessidades dos grupos.

Todos concordam que registrar permite confirmar momentos importantes na avaliação e na divulgação das atividades desenvolvidas no Pequeno Cientista. E, como um todo, esta é uma das marcas da Casa da Ciência, e uma das razões de seu sucesso.

por Marisa Barbieri