Aluno da Casa ganha bolsa em colégio particular de Ribeirão Preto

O ano de 2020 já está começando com muitas notícias boas relacionadas aos nossos pequenos cientistas. Uma delas é do aluno João Carlos Bertolini Filho, que, pelo seu próprio mérito, conquistou uma bolsa para cursar o Ensino Médio em um colégio particular de renome em Ribeirão Preto. O potencial de João como estudante em sua escola somado aos conhecimentos adquiridos nos projetos “Adote um Cientista” e “Pequeno Cientista” foram cruciais para essa incrível conquista, e nós da Casa não poderíamos estar mais felizes e orgulhosos pelo aluno.

O João começou a participar dos projetos da Casa no primeiro semestre de 2017 como, assim relatado por ele, “um entusiasta da ciência, procurando por meios diferentes de interagir com esse universo, porém, até então, sem conhecer o método científico”. Para enfatizar ainda mais todos os diferenciais do aluno, a Casa da Ciência produziu uma carta de recomendação, e João um depoimento relatando todas as experiências inovadoras e enriquecedoras que viveu na Casa. Confira alguns trechos de seu depoimento:

“Obtive meu primeiro contato com o programa no primeiro semestre de 2017. Na época, eu era um entusiasta, vulgo, fanático da ciência – não posso dizer que até hoje não sou – procurando por meios diferentes de interagir com esse universo, porém, até então, não conhecia o método científico. Tudo o que meu cérebro havia armazenado ao longo dos anos era proveniente de livros, sites e revistas, mas com poucos vestígios de conhecimento prático. Talvez um dos maiores incentivo que a Casa lhe dá não é apenas buscar aglomerados de informações de todos os tipos, mas sim um modo de interpretá-las e organizá-las. Um dos meios pelos quais isso é feito é por experimentos e pela construção de um senso crítico, uma forma de analisar os detalhes por si próprio, desmantelando o “common knowledge” (conhecimento que é dado como verdade sem questionamento) e transformando-o em “analysed knowledge” (conhecimento analisado e questionado), um conceito que fez com que eu me reinventasse veementemente. Na minha primeira vez na Casa já tive uma visão sobre isso, fazendo atividades interativas com instrumentos de laboratório, espécimes de animais e plantas, dados científicos, identificação de processos químicos, biológicos e físicos, entre outros. No mesmo dia, tivemos uma produção textual sobre tudo o que havíamos realizado, relatando nossas opiniões e nosso entendimento; ou seja, além de conhecer, precisamos refletir.”

 

João também conta que a variedade de temas abordados nos projetos do Pequeno fizeram com que ele desenvolvesse interesse por outras áreas de estudo.

 

“Antes da Casa, eu gostava apenas de ciência e matemática e rejeitava várias outras maneiras de interpretar o mundo, tanto por ter uma opinião premeditada e ingênua sobre outros tópicos, quanto por não ter sido introduzido propriamente a eles. Mas depois que finalmente tive esse ampliamento cultural, minha mente não pode mais voltar ao tamanho original. Hoje tenho a chance de tratar as disciplinas não como meras disciplinas, e sim como uma odisseia nova a ser explorada e indagada, perscrutando o seu valor. Já participei de cinco grupos do Pequeno Cientista, e atualmente estou aprendendo um dos assuntos mais inéditos para mim: “Desenvolvimento psicossocial na adolescência e infância.”

 

Por fim, João relata a importância da divulgação científica do seu ponto de vista e também sua opinião sobre as palestras do Adote.

 

“Temos duas apresentações, o Pré-Mural e o Mural, e possivelmente esse seja o âmago da Casa da Ciência: a comunicação. Não somente aprender, mas reproduzir o aprendizado para si e para outras pessoas. “Não explicar a ciência me parece perverso, pois quando você está apaixonado, você quer contar para todo mundo.” (Carl Sagan). Além de ter conseguido me conectar melhor socialmente através de discussões e intercâmbio de ideias, as apresentações também abrem uma nova geração de divulgadores, assim como aconteceu comigo. Com certeza essa foi uma grande influência que tive para que, logo no segundo semestre de 2017, meu amigo Vinícius e eu criássemos um canal sobre divulgação científica, após percebermos que a ciência possui um grande poder, mas não tem tanto alcance. Outra parte extremamente interessante da Casa são as palestras semanais, que acontecem antes das reuniões com os grupos. Elas são tão incríveis quanto os acontecimentos do Pequeno Cientista, em que discutimos diretamente com os pesquisadores e onde grande parte das anotações são feitas.”

 

Parabéns pela conquista, João! Nós da Casa ficamos muito felizes em saber que fizemos parte do seu crescimento como jovem pesquisador. Que a sua paixão pela ciência e pelo saber aumente a cada dia mais.

Texto: GIOVANA FARIA