No dia 5 de dezembro, aconteceu o 30ª Mural do Pequeno Cientista no Hemocentro de Ribeirão Preto. Essa edição contou com o maior número de grupos, foram 21 no total, com quase 70 pós-graduandos como orientadores de projetos dos mais diversos campos de atuação como Biologia, Psicologia, Odontologia, Matemática, e muito mais.

Como em um congresso científico, no Mural os alunos têm a oportunidade de sedimentar o conhecimento obtido durante o semestre e apresentar ao público e aos avaliadores o que aprenderam nos 10 encontros do Pequeno Cientista.

 

O evento é aberto a pais, professores e ex-alunos da Casa. “Eu percebo que após o João começar a frequentar a Casa da Ciência, o interesse dele pelos estudos aumentou muito. O projeto fez com que ele percebesse que existe um grande leque de conhecimentos a ser explorado. No primeiro semestre ele estudou Odontologia e neste ele está em Psicologia. No começo do ano ele não queria muito vir por não ter ninguém conhecido de Luís Antônio, mas ele adora desenhar e o orientador, ao perceber isso, começou a pedir para ele fazer os desenhos e isso o incentivou muito, sem contar que em Luís Antônio nós temos o Centro Odontológico, então foi ele quem conseguiu o molde da boca com os dentes, as escovas e todo o material para trazer aos encontros, e tudo isso foi dando cada vez mais estímulo a ele”, afirma a Karina, mãe do João Pedro Serico de Luís Antônio.

 

O potencial dos alunos sempre impressiona a todos os visitantes e avaliadores do Mural, pois, em apenas dez encontros, os pequenos cientistas aprendem conceitos de alta complexidade do nível acadêmico, desenvolvem experimentos que fazem parte da linha de pesquisa de alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e ainda apresentam tudo isso com primazia no Pré-Mural e no Mural. A professora de Biologia Genética dos alunos do grupo Viabilidade do híbrido em espécies de Drosophila: sobrevivência e reprodução, Maura Helena Manfrin, se impressionou com o entusiasmo e responsabilidade dos alunos e dos orientadores no Mural:

 

“Há algum tempo que nosso grupo participa do projeto da Casa da Ciência, orientando estudantes do Pequeno Cientista. Não é um trabalho fácil, pois são necessários responsabilidade e respeito em todos os níveis, desde a organização até os diálogos com os estudantes, mas sempre é muito prazeroso, pois o aprendizado é grande, tanto para nós quanto para os estudantes.

Nesta última edição, nas oportunidades que tive de ver a interação dos estudantes e dos pós-graduandos orientadores, percebi um envolvimento grande e uma interação humana descontraída mas séria nos seus objetivos. Para os alunos de pós-graduação acredito que o aprendizado é ainda maior, pois são necessários responsabilidade, entendimento do nível de conhecimento dos estudantes, adequação da linguagem e preparação de material. Um fato interessante é que este trabalho pede iniciativas inovadoras o tempo todo, pois as questões dos estudantes são surpreendentes, com associações às vezes não banais.

Tive o prazer de visitar e participar das atividades do Mural. Fiquei encantada com a dinamicidade do evento, certamente promovida pelo entusiasmo dos alunos. Dos painéis mais simples aos mais complexos, percebi entusiasmo pela aquisição de conhecimento, envolvimento, seriedade, compartilhamento por parte dos alunos e vontade de transmitir o conhecimento.

Foi um momento importante para fortalecer minha ideia de que há espaço para a aprendizagem e os estudante querem aprender.

Parabéns a toda a equipe da Casa da Ciência! Que aconteçam muitos “Pequeno Cientista” e em todos os lugares.

O aluno Kayque Malvesti, de Luís Antônio, participou do Pequeno durante todo o ano de 2019 e conta que se surpreendeu com o tema do grupo que ficou neste semestre:

 

“No início eu pensei que o assunto de Nutrição não fosse muito interessante, mas acabou superando minhas expectativas e eu adorei esse grupinho”, afirma Kayque.

 

“Nós aprendemos muitas coisas, desde os termos básicos da Nutrição, até a utilizar o Guia Alimentar, o que é alimentação saudável, rotulagem de alimentos, transtornos e nutrição vegetariana. Particularmente eu gostei mais da rotulagem de alimentos, pois de certa forma aborda a profissão que quero seguir (Publicidade), e me impressionei bastante também do vasto universo do vegetarianismo. No Mural eu vi que existem muitas dúvidas entres as pessoas – ou muitas não sabem – sobre temas até simples da Nutrição. Por este motivo, confesso que até surgiu na minha mente a possibilidade de seguir essa área, pois gostei muito deste projeto.”

 

Texto: GIOVANA FARIA