É mito ou verdade que os seres humanos usam apenas 10% do cérebro, indagou o doutorando Matheus Teixeira Rossignoli,  durante a palestra no dia 30 de maio, no Adote um cientista. Esses falsos enunciados, assim como as promessas que a neurociência resolverá os problemas da pedagogia, educação e psicologia, repercutem na população de forma superficial e longe da realidade. 

Segundo o pesquisador, é importante compreender melhor a funcionalidade e a fisiologia do cérebro para reverter esses mitos. Como exemplo, citou que um neurônio pode fazer até 10 mil conexões ou sinapses com outros neurônios e, para sua ocorrência, faz-se importante os neurotransmissores como a dopamina, serotonina, glutamato e gaba e até a noradrenalina.

Acostumados a associar a noradrenalina ao perigo, a fuga e a elevação dos batimentos cardíacos, causa certa estranheza relacioná-la com o cérebro e a atenção. Há uma relação entre o tronco encefálico e o neocórtex, que é mediada por esse neurotransmissor, salienta o pesquisador. 

Fonte: Associações de Esclerose Múltipla

O cérebro é extraordinário, mas limitado. É impossível prestar a atenção em mais de uma coisa. Estamos em um mundo onde nunca houve tanta informação disponível. Vivemos uma crise da atenção.

As falhas de atenção e a hiperatividade de algumas crianças podem não ser características do temperamento e personalidade, nem de má educação, mas sintomas do TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), que é um distúrbio neurobiológico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade.

Não é má vontade, mas os portadores do transtorno realmente têm enorme dificuldade para organizar as atividades do dia a dia, manter horários e planejar o futuro.

Você sabia que o tronco encefálico é a parte mais primitiva do nosso sistema nervoso central? Herdamos esta estrutura dos répteis, e por isso ela também é conhecida como cérebro reptiliano. Conhecido como “cérebro instintivo”, tem como característica a sobrevivência, responsável pelas sensações primárias como, fome, respiração, batimentos cardíacos.

Já o cérebro límbico controla o comportamento emocional dos indivíduos. Por fim, o neocórtex, conhecido como cérebro racional. 

Fonte: Academia PME

 

Mas e a memória, está em qual cérebro?

A atenção é uma lanterna que direciona a luz para onde queremos e, a memória que formamos, depende da atenção, diz o pesquisador. A memória pode ter duas origens: neocórtex (raciocínio) e hipocampo (cérebro límbico). 

Além da atenção, a memória é dependente de três atributos que podem estar associados a um contexto escolar de aprendizagem, explica Matheus:

  1. Aquisição
  2. Consolidação 
  3. Evocação.

A repetição ajuda a aquisição e para a consolidação, o palestrante exaltou o trabalho proposto na Casa da Ciência, que estimula a relacionar conceitos.

Autor: Ricardo Marques Couto

Revisão: Marisa Ramos Barbieri

 

Ficou curioso e quer saber mais sobre a atenção e memória, tem muito mais no canal do youtube da Casa da Ciência