Baseada na discussão sobre a composição e função da membrana plasmática realizada no dia anterior, a equipe propôs uma oficina de modelagem para reproduzir os sistemas dinâmicos estudados. Divididos em três grupos e munidos de massa de modelar, os alunos foram desafiados a criar modelos de interação de membrana, células musculares e solo grumoso. Valéria Costa, que falou com os alunos sobre membrana plasmática e monitorou um grupo que modelou essa estrutura, constatou que “a aprendizagem de organização da membrana se deu quase que por encanto” durante a atividade prática. Durante a oficina as dúvidas impediram que eles prosseguissem: “Como a membrana percebe os estímulos exteriores à célula e se comunica com o meio? Como representar a membrana plasmática (a distribuição de lipídeos e proteínas) que realiza tantas funções e conseguir explicar cada uma delas?”. Em meio a tantas questões, os jovens concluíram que seria necessário desmembrar e explicar a função de cada um de seus componentes, contextualizando sua atuação como um todo. “Dez vezes melhor e mais fácil que minha linda e ilustrada aula teórica sobre o tema. Eu deveria ter falado menos na aula teórica para ter mais tempo com a massinha de modelar”, revela Valéria.

Depois da oficina, as atividades foram direcionadas para o tempo dos sistemas. Enquanto uma célula nervosa se polariza e despolariza em frações de tempo que se aproximam do milissegundo, o tempo geológico – necessário para formação de rochas e das transformações que acompanham o planeta desde o início da sua formação – precisa de uma escala de milhões e bilhões de anos. Para melhor compreensão, a equipe montou uma linha do tempo com exemplares e imagens fixados. Além disso, utilizou exemplos de coevolução entre as formas de vida com cortes temporais específicos, como entre insetos e plantas.

Estamos habituados a ver e também conhecemos bem a relação entre a abelha e a flor: a flor é fonte de alimentação da abelha, que, por sua vez, colabora na polinização, que é fundamental para a reprodução da flor. Será que sempre foi assim?
Nesta atividade foram discutidas como a competição, adaptação e pressão seletiva estão presentes na coevolução. Explorando as estruturas bucais dos insetos e a morfologia das flores, com seus respectivos períodos de surgimento (estimados a partir de registros fósseis), os visitantes foram conduzidos a refletir sobre o tempo necessário para se estabelecer relações ecológicas e as dependências criadas para se construir a sobrevivência entre diferentes grupos.