Abelhas e o homem: Uma parceria milenar ameaçada!

Você conhece o mundo das abelhas? Sabe como elas se organizam, e por que só as abelhas fêmeas possuem ferrão? Ou ainda, como as abelhas colaboram a milhares de anos com a raça humana?
Para responder a essas perguntas, o palestrante Igor Medici do Laboratório de Biologia e Genética de Abelhas da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão vai falar sobre o universo desse inseto e apresentar muitas curiosidades.
As abelhas são insetos da família Himenópteros. Elas possuem asas membranosas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen. Nesse grupo de insetos, as fêmeas geralmente apresentam um aparelho ovopositor, estrutura que ajuda a fêmea a botar o ovo. Com o passar dos anos esse aparelho foi sendo modificado e se tornou uma estrutura de defesa, por isso só as fêmeas possuem o ferrão, porque só elas colocam ovos.
Existem milhares de espécies de abelhas, só no Brasil são mais de 400 espécies, porém a mais encontrada pelo mundo é a abelha africana, conhecida também como abelha europeia e a mais utilizada para a produção de mel.
Apesar da maioria das abelhas viverem em comunidades, existem as chamadas abelhas solitárias, que são aquelas que as mães geralmente não convivem com os filhos, nem em colmeias. Essas abelhas estocam alimentos para seus filhos, mas assim que a larva nasce ela se alimenta sozinha, desenvolve-se sozinha e nunca mais encontra a mãe.
E como os insetos que vivem em grupos se organizam? As abelhas têm um “sistema político” eficiente e com papéis bem definidos. Elas se dividem em abelhas operárias, abelhas rainhas e os zangões. Nesse sistema a rainha é responsável por botar ovos; as operárias são responsáveis por todas as tarefas da colônia como: buscar o alimento, alimentar as larvas, limpar e até mesmo proteger a colônia; e o zangão que tem a função de colaborar com a reprodução. Vale ressaltar que o que diferencia a abelha rainha da operária é a alimentação, e por consequência o tamanho, já que os melhores alimentos são separados para servir a abelha rainha.
Após responder algumas perguntas sobre a estrutura e organização das abelhas, Igor Medici chegou ao assunto que dá nome a palestra: Como surgiu a parceria entre homem e abelha?

Desenhos de 12 mil anos atrás registram as primeiras relações entre a abelha e o homem. Em locais como Mesopotâmia 5000 a.C, no Egito antigo 3200 a.C, o mel já era usado como alimento e o própolis era utilizado no processo de mumificação dos mortos. A Bíblia também faz citações sobre o mel. Já saltando para a Idade Média do século V até XV o homem passou a cultivar as abelhas.

Nessa relação homem e abelha, como esses insetos alavancam a economia brasileira e mundial? Você sabia que aproximadamente 10% do valor de tudo o que é produzido na agricultura mundial tem alguma relação com as abelhas? O que rentabiliza um valor de cerca de 500 bilhões de dólares por ano. No Brasil existe cerca de 300 mil criadores, 3 milhões de colmeias e um faturamento anual de 500 milhões de reais.

Agora que você já sabe de todos os benefícios que as abelhas proporcionam ao homem, fica a pergunta: Por que esses insetos estão sendo ameaçados? Os registros mostram que desde 2006 as abelhas estão morrendo e desaparecendo de forma acelerada, chamando à atenção da mídia.
O que tem causado essa devastação das abelhas é o uso de pesticidas e inseticidas que são muito tóxicos e são usados de modo sistêmico. Esses produtos diminuem a memória das abelhas, dificulta o retorno delas até a colmeia e assim colônias inteiras são destruídas. Além disso, o contato com os inseticidas faz com que o sistema imunológico das abelhas fique debilitado.

Você sabe como surgiu a expressão “Lua de Mel”? Ou como as abelhas ajudam na polinização das plantas e na biodiversidade dos vegetais? Para continuar desvendando as curiosidades e benefícios que as abelhas proporcionam e saber também o que pode ser feito para não por fim a parceria que esses insetos têm conosco, humanos, confira a palestra completa no vídeo abaixo.

Texto por Crislaine Messias
Revisão por Bárbara Benati

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