Quem nunca ouviu a expressão popular que “filho de peixe, peixinho é”, ou “tal pai, tal filho”?
A relação entre pais e filhos é marcada também pela hereditariedade. Já ouviram este termo? Para a Dr. Ernna Oliveira, palestrante do Adote no dia 3 de outubro, a semelhança dos filhos com seus pais pode ser explicada pelo DNA encontrado nos gametas masculinos e femininos no momento da fecundação.
Segundo a pesquisadora, tudo começou com um monge que morava num mosteiro e amava as plantas. Ele costumava fazer experiências com ervilhas (Pisum sativum) quando um fato o intrigou: ao cruzar uma linhagem pura de ervilha da cor verde com uma linhagem de cor amarela, os descendentes foram 100% AMARELOS. Por quê?
Conhecido como Gregor Mendel, ele é o pai da genética e responsável pela ideia de que cada característica hereditária é determinada por dois fatores: um herdado do genitor materno, e outro do paterno.
O que chama atenção no trabalho de Mendel é que ele, apoiado apenas no comportamento das características hereditárias, deduziu conceitos relacionados à meiose bem antes da descoberta dos cromossomos e das divisões celulares.
No caso da ervilha, há uma dominância entre os genes, ou a cor amarela domina, ou a cor verde. Em nós humanos, esse padrão hereditário também se faz presente. Querem ver?
Reparem que existem pessoas que enrolam ou não a língua. O simples fato de conseguir enrolar é uma característica dominante em relação a pessoa que não enrola. Outro exemplo: o formato da orelha. Há pessoas que apresentam o lóbulo da orelha solta, enquanto outras, o mesmo lóbulo está grudado.
E você? Tem orelha solta ou presa? Veja ao seu redor, ou até na escola, e observe se seus colegas têm lóbulo solto e conseguem enrolar a língua. Geralmente a característica dominante é mais frequente na população do que a característica recessiva. Faça a experiência e depois nos conte!
Além da hereditariedade, a genética investiga a variabilidade, destaca a palestrante.
“Vejam como vocês são diferentes, apresentam tamanhos, rostos e fisionomias distintas. Essas diferenças estão nos genes. Mas como eles fazem isso? Pelo código genético, os genes codificam as proteínas, tais como a queratina (proteína da pele), os anticorpos, as enzimas digestórias, hormônios, colágeno etc.”, diz a pesquisadora.
Quem diria que a genética exerceria tal impacto no conhecimento biológico.
E na sociedade?
Segundo a Dra. Ernna, a manipulação genética revolucionou a Ciência forense, o melhoramento genético e a até a produção de medicamentos, como é o caso do gene da insulina que pode ser transferido para os plasmídios (DNA circular) de bactérias para codificar o hormônio insulina que muitos diabéticos compram na farmácia.
Quer saber mais sobre essas bactérias transgênicas, peixe ou milho geneticamente modificado? Acesse o canal do Youtube da Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto.
O Pequeno pergunta…
– A parte de mutação genética pode ser relacionada ao CRISPR-Cas9?
R: Sim, o CRISPR-Cas9 também é uma forma de edição do DNA e é a técnica mais revolucionária em que você pode tanto induzir mutações quanto corrigir mutações.
– O organismo geneticamente modificado pode ter disfunções?
R: Sim. Um dos grandes desafios de se criar um OGM é que ele produza a proteína que desejamos numa quantidade que funcione bem e que não seja tóxico.
Autores: Ricardo Marques Couto; Giovana Faria.
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