Muitas vezes nosso desconhecimento nos leva a descobertas enaltecedoras, porque dali saímos mais ricos de experiências e de saberes. Assim foi nosso primeiro contato com a Casa da Ciência – ao acaso. Ribeirão Preto está de Parabéns: possui duas Casas da Ciência! Apressadamente liguei para a primeira no rol da busca da web. Era a do Hemocentro e, um pouco constrangida, expusemos nossos intentos, no que fomos surpreendidos na receptividade e pelos projetos voltados à Educação de Excelência que empreendem – muito agradavelmente desenrolado numa tarde de diálogo na Instituição. Grato pelo aprendizado e pela oportunidade. Estávamos em busca de estabelecer parcerias para desenvolver atividades de comunicação e divulgação do Patrimônio Cultural Brasileiro e de Ribeirão Preto, que fazem parte de um Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico atrelado ao licenciamento ambiental do Residencial Fazenda Jardim Cantagalo, pesquisa regulamentada pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional – IPHAN.
Isto porque os sítios arqueológicos são Bens da União, sendo protegidos por uma vasta Legislação. Estes estudos são de alta relevância, pois com o uso e ocupação dos terrenos esses locais, se não forem achados e preservados – seja deixando ele para as gerações futuras, ou escavando e estudando os vestígios – poderão ser destruídos e o conhecimento sobre esse complexo quebra-cabeça da história da humanidade, de nossa ancestralidade, estará para sempre perdido.
A Arqueologia é por excelência uma ciência interdisciplinar, sua inserção no Campo das Ciências tem ligação direta tanto com as Ciências da Terra (Geologia, Geomorfologia, Biologia) quanto com as Ciências Humanas (História, Geografia, Antropologia). E, talvez, por isto seja privilegiada no binômio pesquisa-ensino. Ademais, encerra ainda, uma dimensão Patrimonial, para a qual nos serve bem a expressão em alemão – Denkmalpflege – que significa “o cuidado dos monumentos, daquilo que nos faz pensar”.