O segundo dia da 14ª edição do Férias com Ciência: SOS Férias ao Mar deu continuidade ao tema “ambiente marinho”, iniciado no dia anterior (Clique aqui). Dessa vez, os alunos visitaram um dos laboratórios didáticos de microscopia do Departamento de Biologia (FFCLRP/USP)1, para observação de plâncton coletado no lago da Universidade de São Paulo (USP), pelos biólogos da Casa da Ciência.

      Pouco conhecidos do público em geral, o conjunto de seres microscópicos que compõem o plâncton são a base das teias alimentares dos ambientes aquáticos, essencial para a manutenção desses ecossistemas. “Eles não têm um apelo como tubarão e baleia mas tem uma importância ecológica. Em relação à poluição, o  microplástico, produto de degradação do plástico, influencia diretamente no plâncton, afetando suas funções, e de forma indireta à vida de todo o oceano”, explicou o biólogo Caio M.C.A. de Oliveira.

Observação em microscópios

       Na atividade, os alunos observaram as amostras de plâncton coletados no lago da USP. “O objetivo era que desenvolvessem um olhar investigativo. Perguntando-se se todos os seres observados eram iguais, como eles se locomoviam, diferenciar o zooplâncton do fitoplâncton. E também a orientação de registar em desenho algo que chamasse a atenção”, afirmou Caio M.C.A. de Oliveira.

       Foi uma oportunidade para conhecer e utilizar equipamentos especializados utilizados por biólogos em seu trabalho cotidiano, no caso lupas e microscópios para visualização de pequenos seres. “Sempre quis entrar em contato com um microscópio. Consegui ver um animal que parecia meio oval. Foi difícil ver pois ele se movimentava, e tinha que chegar no ponto de luz perfeito, e no foco. Deve ser um zooplâncton”, disseram Gabriel Victor de Souza, 13 anos, e Kauê Santos, de Ribeirão Preto.

       Para Bárbara Benatti, estudante de biologia, a importância dessa atividade foi o contato dos alunos com o universo microscópico. “Mostrar a diversidade de plantas, algas, bactérias e outros animais. Não é porque não os enxergamos que eles não têm um papel fundamental na nossa vida, e na biologia em geral”, afirmou.  

“Foi muito legal, achamos algas, protozoários, algas, larvas e um crustáceo, uma pulga d´água, que já batizamos de Robert”, afirmaram Camila Cristina 14 anos e Maria Eduarda de Melo, de 14 anos, de Luiz Antônio. A dificuldade em relacionar um conceito como plâncton aos animais que visualizavam surgiu em alguns alunos ao relatarem que não o achavam,apenas microcrustáceos e algas”. Apenas então percebendo que o plâncton era justamente composto por esses (e outros muitos) grupos de organismos.

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

Texto: Gabriella Zauith e Caio M.C.A. de Oliveira