Oficina de produção de texto: O Parkinson segundo nossos alunos

Após a palestra “Uma breve história da dopamina e suas implicações para a doença de Parkinson”, do Dr. Fernando Padovan, os alunos participaram das oficinas de produção de textos e desenhos sobre o conteúdo da apresentação. Essa palestra abriu as atividades do semestre do programa Adote um Cientista, em 2018 (veja a palestra na íntegra ou leia nosso Adote em Pauta sobre essa palestra). Na proposta, os alunos poderiam elaborar textos sozinhos, em duplas ou trios, a partir dos registros de seus cadernos. E dessa forma perceber a importância de fazer anotações nas atividades da Casa da Ciência, mas também na escola ou em qualquer ambiente de aprendizagem (leia nossos “Casa em Foco” com relatos de alunos e sobre a assimilação desse hábito e porquê e como anotar). As produções foram avaliadas pela equipe da Casa da Ciência e organizadas em formato de um texto sobre a doença de Parkinson, utilizando as próprias palavras dos alunos, juntamente com seus desenhos. Sem dúvida reunir as produções de tantos alunos em um documento divulgável como esse ajuda a dimensionar o quanto suas opiniões convergem no interesse em aprender.

 

A falta de comunicação pode te deixar lento1

Todos nós quando nascemos recebemos um nome que é escolhido por nossos pais. Mas sempre me pergunto de onde surgiu os nomes dados as doenças, como por exemplo o Parkinson2. Essa é fácil: “Pois quem descobriu a doença foi James Parkinson3. O “Parkinson é uma doença degenerativa4 que “atinge pessoas mais velhas (…) e pode ser uma doença hereditária (genética)”5. “A falta de substância negra compacta (do núcleo da base) é a responsável pela doença6. O que responde a pergunta “Por que o vovô tem Parkinson?7.

Imagem: Ryan Santos de Oliveira & Jheffery Marcari Ferraz (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

O cérebro “possui cerca de 86 bilhões de neurônios, (e) para passar informações não é necessário toque e sim uma molécula chamada dopamina8. “A dopamina é um neurotransmissor que faz a transmissão de informações entre neurônios”9, “tem como algumas funções ajudar na memória, na atenção e no controle motor10. Sendo que “Um dos distúrbios neurológios ocorridos pela falta de dopamina é a doença de Parkinson9.

Imagem: A) Neurônio e suas partes – Paulo Estevão Paulista (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos); B) Molécula de dopamina – Maria Eduarda Faria Clemente (E.M.E.F. Professora Helena Maria Luiz de Mello) & Henrique Clemente Zacarias (E.M.E.F. Técnica de Química – Luiz Antonio)

Nessa doença “a perda excessiva de neurônios faz com que a dopamina não seja liberada, e assim não há comunicação1. Para facilitar sua compreensão Digamos que você é um neurônio que vai para uma festa, e que quer pedir para alguém te levar. Você geralmente envia uma mensagem para essa pessoa. É assim que o cérebro de uma pessoa normal funciona. O de alguém com Parkinson é quando você não tem a quem enviar a mensagem, e chega atrasado na festa.11. Precisa de outra analogia para entender melhor o efeito da morte dos neurônios na doença de Parkinson? “A falha da transmissão de informações pode ser comparada a mensagens de texto enviadas a outros celulares. Com a doença é como se acabasse a bateria de um dos celulares, deixando de enviar a mensagem e dificultando o envio de informações12. É por isso que a falta de comunicação pode te deixar lento.

Os “sintomas (da doença de Parkinson são) Bradicinesia, Rigidez, tremor de repouso e instabilidade postural. Há tratamento, mas não há cura13. E quando os sintomas aparecem a doença “pode ser comparada com um celular vibrado, ele começa sem ninguém esperar e não tem um botão de parar14. “O tratamento depende do nível (de desenvolvimento) que ela está15. “O paciente parkinsoniano não morre diretamente com a doença, com o Parkinson outras doenças se originam causando o falecimento do paciente16.

Um tratamento “descoberto por G. Cotzias em 196717 para essa “patologia é o L-dopa, um precursor a ser convertido em dopamina, fazendo com que os sintomas da doença aos poucos sejam revertidos18, mas “infelizmente o efeito benigno do L-dopa dura apena 5 anos, sendo que após esse período o tempo surgem diversos efeito colaterais19.

Imagem: Raissa Cristina & Bruno Custodio (E.E. Jardim Paiva II – Ribeirão Preto)

Mas como podemos estudar esses efeitos negativos, tema que o pesquisador Fernando desenvolve em seu laboratório? “Uma das formas de estuda-la é através de experimentos feitos em ratos, peixes e outros animais.13, embora o modelo mais utilizado seja os ratos. “Porque os ratos são tão usados em estudos? Bom, os ratos possuem o sistema nervoso parecido com o dos humanos20

E dentro dessa linha de estudos científicos e pesquisas feitas em laboratório fica a pergunta: “O que se pode tirar do estudo do Parkinson?”21. A resposta é muito interessante: “Como a ciência é incrível! Pesquisas aparentemente não relacionadas (…) os conhecimentos de James Parkinson, Arvid Carlsson, G. Cotzias e outros pesquisadores são somados para a descoberta de um tratamento mais eficiente. Isso é ciência!21.

Imagem: Thales Corrado Rodrigues & Thiago Carlos Batoglioni Junior (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

O fantástico processo por trás das descobertas científicas demonstra que mesmo quando estamos diante de um assunto que parece não nos interessar ou ser muito difícil, ele ainda pode ser muito legal e abrangente. E que somos capazes de aprender sobre esse assunto, principalmente quando temos oportunidade de aprender com quem mais sabe sobre ele, professores e pesquisadores especialistas: “Quinta-feira passada foi uma das palestras que eu mais aprendi, mesmo não gostando de estudar sobre doenças. O palestrante sabia bastante a respeito do assunto e por esse motivo foi fácil esclarecer as perguntas22.

 

Autores:

1 – Sara Emily Batista dos Santos & Tainá Aranha da Rocha (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

2 – Thiago Pereira e Adriel Ítalo da Silva Porto (E.E. Constante Ometto – Pradópolis)

3 – Lucas Orteiro (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

4 – Fernanda Roman e Caio Mamede (E.M.E.F. Técnica de Química – Luiz Antonio)

5 – Amanda F. Almeida e Monique F. C. Oliveira (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

6 – Adrielle da Silva Mota (E.E. Jardim Dr. Paulo Gomes Romeo – Ribeirão Preto), Andressa Mota da Silva e Ana Caroline Oliveira dos Santos (E.E. Jarim Paiva II – Ribeirão Preto)

7 – Ana Elisa Ferreira Lima e Lucas Orterio (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

8 – Ezequiel Damaglio (Centro de Educação Espaço Aprendiz – Luiz Antonio) Vitor Gabriel (E.M.E.F. Professora Helena Maria Luiz de Mello – Luis Antonio)

9 – Rafaela Bardella da Silva (E.E. Constante Ometto – Pradópolis) e Eloisa Fernandes Sardão (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

10 – Beatriz C. Espirito e Júlia de Oliveira Rizoti (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

11 – Pedro Estevão Paulista (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

12 – Tayná Carvalho e Ruan Pricci (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

13 – Anna Julia da Costa Tavares e Thiago do Prado Morotti (E.M.E.F. Técnica de Química – Luiz Antonio)

14 – Leielly Peracini Victorio (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

15 – Luana Migano Dantas (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

16 – Vitória Alonso Marinho e Maria Clara Alves Matias (E.M.E.F. Técnica de Química – Luiz Antonio)

17 – Rebeca Sobrinho (E.M.E.F. Arlinda Rosa Negri – Dumont)

18 – Gabriela Morilha Zanarotti Bovo (E.M.E.F. Arlinda Rosa Negri – Dumont)

19 – Natasha Elena dos Santos e Letícia de Oliveira Coleto (E.E.F. Nestor Gomes de Araújo – Dumont)

20 – Ryan Santos de Oliveira e Jheffery Marcari Ferraz (E.M.E.F. Sérgio Rossetti – Pradópolis)

21 – Renan Luis e Lucas Bastos João Nogueira (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

22 – Pedro Octávio Ferreira Lima (E.M.E.B. João Nogueira – Cravinhos)

 

Organização: Caio M.C.A. de Oliveira

Revisão: Gabriela Zauith e Marisa Barbieri